A Maytenus ilicifolia, também conhecida popularmente como espinheira-santa, é uma planta nativa do Brasil, com maior ocorrência na região sul. Devido às suas propriedades medicinais, ela é considerada uma planta de valor para coleta e conservação e está listada na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde.
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Estudos realizados pela Central de Medicamentos do Ministério da Saúde têm concluído que suas principais aplicações são como auxiliar no alívio dos sintomas ou no tratamento de gastrite, úlcera e dispepsia¹.
Saiba mais sobre essas condições a seguir, bem como os benefícios e as propriedades da espinheira-santa no geral.
Espinheira-santa no tratamento e alívio de problemas gastrointestinais
Com vasta comprovação científica, a espinheira-santa é considerada uma coadjuvante relevante no tratamento de alguns problemas gastrointestinais. Os principais deles são:
Gastrite
A gastrite é uma condição inflamatória da mucosa gástrica, podendo ser aguda ou crônica, causada pelo aumento na produção de secreção ácida e diminuição de bicarbonato. Essa situação leva à lesão direta da mucosa estomacal, resultando em sintomas como dores no epigástrio, náuseas e falta de apetite².
Embora haja casos assintomáticos, a utilização de medicamentos fitoterápicos é recomendada como uma opção alternativa de tratamento, visto que é considerada menos agressiva ao paciente².
A espinheira-santa é valorizada por suas propriedades gastroprotetoras, que podem ajudar no alívio da gastrite. Seus compostos ativos têm a capacidade de reduzir a acidez estomacal e proteger a mucosa gástrica, diminuindo a irritação e inflamação das paredes do estômago. Isso pode contribuir para a melhoria dos sintomas da gastrite, como dor e queimação².
Úlcera gastroduodenal
A úlcera gastroduodenal é uma ferida que se forma no estômago ou no duodeno, devido a um desequilíbrio entre os fatores protetores e danificadores da mucosa. Os sintomas comuns incluem dor abdominal, azia, náuseas e perda de apetite.
A espinheira-santa também demonstrou propriedades benéficas no tratamento de úlceras. Sua ação gastroprotetora auxilia na regeneração das células danificadas da mucosa, contribuindo para a cicatrização das úlceras e redução dos desconfortos associados a essa condição³.
Dispepsia
Dispepsia é um termo médico utilizado para descrever uma condição caracterizada por sintomas desconfortáveis ou dolorosos na região superior do abdômen, como sensação de queimação, dor e inchaço após as refeições e, em alguns casos, náuseas e vômitos.
Esses sintomas podem estar relacionados a problemas na digestão e funcionamento do sistema gastrointestinal, mas sem uma causa específica identificada. A espinheira-santa pode ser uma aliada no tratamento de sintomas de dispepsia pois suas propriedades digestivas ajudam a melhorar o processo de digestão, proporcionando alívio e bem-estar após as refeições¹_².
Conheça mais benefícios da espinheira santa
Conhecida por seu uso na medicina popular, a espinheira-santa tem se destacado como uma aliada natural no tratamento de diversas condições gastrointestinais, mas também mais do que isso. Seus benefícios terapêuticos estão associados a compostos ativos que oferecem alívio aos desconfortos estomacais e outros, promovendo uma abordagem natural e complementar para cuidados com a saúde.
Nesse contexto, exploraremos os principais benefícios da espinheira-santa, destacando suas propriedades e usos medicinais na busca por uma melhor qualidade de vida e bem-estar, tais como:
- Potencial cicatrizante 4;
- Aumento da absorção de oxigênio 4;
- Potencial no tratamento de problemas gastrointestinais 4;
- Ação anti-hiperglicêmica 4;
- Propriedades analgésicas 4;
- Combate ao envelhecimento celular 4;
Esses são os principais benefícios da espinheira-santa, que, apesar de ser conhecida por ajudar no alívio de sintomas como azia, gastrite e má digestão, também tem potentes propriedades anti-inflamatórias que levam a outros amparos.
Propriedades da espinheira-santa e como consumi-la
A espinheira-santa possui propriedades terapêuticas devido à presença de diversas substâncias químicas na sua composição, destacando-se os esteróides, triterpenos, polifenóis, flavonóides e taninos².
Desses citados, os polifenóis vem despertando grande interesse médico. Tal destaque deve-se a propriedade de minimizar ou bloquear o estresse oxidativo causado às células, atuando como captadores de radicais livres².
Atualmente, para aproveitar as propriedade da espinheira-santa, é possível adquirir a Maytenus em diversas formas, como tinturas, cremes, loções e infusões. Entre todas as formulações, a infusão é a mais consumida desde a antiguidade, especialmente por comunidades quilombolas4. No entanto, detacamos a falta de pesquisas que apontem a dosagem de ingestão necessária para atingir o limiar terapêutico no caso de chás e infusões.
Outra forma de consumir a planta é por meio de cápsulas de espinheira-santa, uma forma de aproveitar o extrato de maneira controlada que tende a ser mais concentrada e segura para consumo, além de prática de encaixar na rotina.
É importante destacar que a espinheira-santa deve ser utilizada como complemento ao tratamento médico convencional e sempre sob orientação e supervisão de um profissional de saúde. Antes de utilizar qualquer planta medicinal, é essencial procurar um médico para um diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado. A automedicação e o uso inadequado de substâncias naturais podem acarretar riscos à saúde.
Referências
- Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares e Plantas Medicinais na Atenção Básica. 2ª ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/praticas_integrativas_complementares_plantas_medicinais_cab31.pdf. Acesso em 13 de jul. 2023.
- FILHO, J. L. A. F.; MODESTO, K. R. . Alcaçuz e espinheira-santa no tratamento de gastrite. Revista de Iniciação Científica e Extensão, [S. l.], v. 2, n. Esp.2, p. 268–273, 2019. Disponível em: https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/274. Acesso em: 17 jul. 2023.
- SILVA, M. K. C. P.; LEITE, V. G. F. F. .; VASCONCELOS, T. C. L. de. Healing and antioxidant activity of Maytenus ilicifolia (espinheira-santa): a review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 14, p. e523111436604, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/36604. Acesso em: 17 jul. 2023.
- SILVA, A. D. N. da .; COSTA, I. B. N. .; OLIVEIRA, V. M. de .; COUTO, N. C. . Pharmacological actions and clinical applications of Maytenus ilicifolia (Espinheira Santa). Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 1, p. e4812139393, 2023. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39393. Acesso em: 17 jul. 2023.